Enfermeira de São Paulo recebe a primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil
A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, foi a primeira pessoa a receber uma vacina contra a Covid-19 no Brasil. A vacina foi aplicada no Hospital das Clínicas e contou com a presença do governador João Doria.
A aplicação da vacina ocorreu menos de uma hora após a aprovação pela diretoria colegiada da Anvisa, que aprovou o uso emergencial da vacina Coronavac, aplicada em São Paulo e feita em uma parceria do Instituto Butantan com o laboratório Sinovac, e da vacina de Oxford e Astrazeneca, feita em parceria com a Fiocruz.
APROVAÇÃO DA VACINA
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na tarde de hoje os pedidos de uso emergencial no Brasil das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. Os dois imunizantes são os primeiros aprovados no país no combate à covid-19. As vacinas serão usadas preferencialmente para uso em programas de saúde pública e, inicialmente, destinado para imunização de pessoas de grupos de risco como indígenas, idosos e profissionais de saúde. A diretoria da Anvisa decidiu pela liberação emergencial durante reunião que ainda acontece neste domingo.
Durante a manhã e o início da tarde, ambas as vacinas foram recomendadas, com ponderações, pela gerência técnica da Anvisa. Depois, a diretora da Anvisa e relatora dos pedidos, Meiruze Sousa Freitas, votou pela aprovação da AstraZeneca e, com ressalvas, da CoronaVac. Na sequência, os diretores Romison Rodrigues Mota, Alex Machado Campos, Cristiane Rose Jourdan Gomes e Antonio Barra Torres, que é diretor-presidente da agência, seguiram a relatora, liberando, assim, por unanimidade, o uso dos imunizantes contra a covid-19.
Com a aprovação da Anvisa, o Brasil já poderá, em tese, aplicar os imunizantes. A medida, no entanto, valerá a partir do momento em que a decisão for publicada no DOU (Diário Oficial da União), o que pode ocorrer ainda neste domingo. Porém, em São Paulo, o governo do estado já aplicou a primeira vacina minutos após a aprovação da Anvisa. A enfermeira Mônica Calazans foi quem recebeu uma dose da CoronaVac.
A campanha de imunização dependerá ainda da organização e da logística de distribuição de doses. A expectativa do Ministério da Saúde é começar a campanha nesta semana. O Butantan já tem 10,8 milhões de doses disponíveis para aplicação, enquanto a Fiocruz aguarda chegada do imunizante vindo da Índia, ainda sem data prevista. A decisão da aprovação do uso emergencial, de acordo com a Anvisa, se baseou em pareceres de áreas técnicas. A agência afirma que irá publicar em seu site os parâmetros aprovados para cada vacina.
Vacinação em massa
Para os laboratórios conseguirem a vacinação em massa e venda comum de vacinas é necessário pedir o registro à Anvisa. Nenhum laboratório fez este pedido até hoje. A expectativa da Fiocruz é que o pedido seja feito até sexta-feira (22). Este tipo de pedido deve levar até 60 dias para análise da Anvisa. Há uma lei aprovada ano passado que determina prazo de 72 horas para Anvisa aprovar o registro de fármacos (entre eles vacina) desde que já aprovados em agências regulatórias de referência.
A lei vale para vacinas que estejam registradas (para uso em massa) nas agências dos Estados Unidos, União Europeia, Japão ou da China. Até hoje, nenhuma vacina está aprovada esta condição em nenhuma dessas agências. A aprovação nestes países é em caráter emergencial.
Fonte: Uol