Experimentos com soja convencional são debatidos em Campo Novo em dia de campo
Treze variedades de soja convencional estão disponíveis ou em teste para serem utilizadas pelos produtores rurais em Mato Grosso. Elas estão sendo apresentadas no Centro de Difusão e Aprendizagem (CAD) Parecis em palestra hoje (09.01) e em dia de campo que ocorre amanhã (10.01) em Campo Novo do Parecis (MT). Essas variedades representam cerca de 80% das cultivares de soja não transgênica produzidas no Estado.
O evento debaterá os resultados de experimentos realizados no CAD Parecis e mostrará as variedades desenvolvidas pela Embrapa (BRS 6980, 7980, 8381, 8581, 6680 e 7481), Agronorte (AN83 0022sc, AN89 109sc, entre outros materiais) e TMG (TMG 4182 e 4185). Os estudos começaram na safra 2016/2017.
“Existem algumas novidades, como a Embrapa 6680, e também as variedades COMP da Agronorte, que estão em teste. Para a região do Parecis, a TMG 4182 é a mais cultivada e a mais antiga também. Ela tem uma característica importante que é a resistência ao nematoide de cisto, mais comum em áreas arenosas”, explica Rodrigo Broggin, diretor técnico do Instituto Soja Livre – entidade voltada para a disseminação e fortalecimento do mercado de soja convencional em todo o Brasil.
A região do Chapadão do Parecis é responsável por quase 40% de toda a área produtora de soja convencional cultivada em Mato Grosso, seguida pela região Norte e pelo Araguaia, o que faz o Estado ser o campeão nacional na produção de soja convencional. Atualmente, estimativas do Imea indicam que do total de 33 milhões de t de soja produzidos em Mato Grosso, 8% são de soja sem transgenia.
Segundo o diretor financeiro do Instituto Soja Livre, José Del, a soja livre de transgênicos tem mercado e a tendência é aumentar a demanda. “Agrega valor ao produtor com prêmios que são aplicados sobre o preço pago pela saca”, explica.
Del é diretor da Imcopa, empresa de esmagamento de soja e consumidora dos grãos convencionais produzidos em Mato Grosso. O principal mercado atendido pela empresa é a Europa, especialmente a Noruega, que utiliza o farelo SPC como ração para peixes.
“A empresa compra 70% da soja convencional da região do Parecis e transporta para a planta de esmagamento em Araucária, no Paraná. Com este produto, é produzido farelo comum, o farelo SPC – que é a proteína da soja concentrada, lecitina e óleo refinado comestível e, ainda, etanol”, explica.
Segundo o presidente do Soja Livre, o produtor rural e agrônomo Endrigo Dalcin, o instituto é parceiro do CAD Parecis desde quando foi criado em iniciativa da Aprosoja-MT e da Fundação Mato Grosso. “Desde o início da implantação do CAD, as variedades convencionais são testadas porque é uma região importante e os produtores rurais solicitam estes estudos”, disse.
O CAD Parecis foi criado na safra 2016/2017 com o objetivo de desenvolver pesquisas com foco no manejo do sistema produtivo da soja em solos arenosos. Os trabalhos são voltados à compreensão da fitotecnia, do uso e da conservação do solo, dinâmica de nutrientes, sistemas de produção, correção do solo, pragas e doenças.
Fonte: O Livre