Na antiguidade o Salto Utiariti era visto pelos índios como um portal para um mundo espiritual
Para contemplar a cachoeira de frente é preciso de pegar uma pequena trilha, íngreme e cercada por mata ciliar, que dá acesso a um mirante natural, podendo contemplar toda a beleza do Salto Utiariti.
Mitos e curiosidades, por a cachoeira estar em terras indígenas automaticamente há grandes histórias por de trás dela.
O nome indígena da cachoeira é Utihalyty na língua ARUAK (tronco linguístico dos Paresí) que significa “Casa do Homem Sábio”. O motivo é que muitos anos atrás, os pajés das aldeias Haliti Paresí saiam das suas aldeias em busca de respostas para ajudar o seu Cacique a liderar o seu povo, e eles tinham que ir em lugares sagrados, onde existiam portais que levavam os seus espíritos ao mundo original deles.
E em busca destes portais, os pajés caminhavam dias para chegar na cachoeira, onde abaixo dela encontra-se um grande salão, e neste os mesmos bebiam os seus chás e meditavam por dia, conversando com o líder espiritual Wazare, que orientava-os para levar as respostas ao seu povo. Deste então, a cachoeira ficou conhecida pelos indígenas como Utyhality.
E como todo o contexto indígena, todas as coisas tem um pai, um dono, um ser divino que está ali cuidando do que é seu! E a cachoeira também possui um dono, uma cobra encantada a Zaloka Kakolidi, que protege a cachoeira de todo o espirito maligno que vá até o local. E Alguns indígenas dizem que sempre ouçam gritos de pessoas que a cobra “pegou” anos atrás.
E apenas anos depois, com a vinda de Cândido Rondon nos anos de 1900, que a cachoeira passou a ser reconhecida por Utiariti, tendo no local um dos pontos do telegrafo e anos após a missão das igrejas para catequizar os indígenas.
Fonte: João Ricardo Bispo