Ex-presidente Michel Temer é preso pela força-tarefa da Lava Jato
O ex-presidente Michel Temer (PMDB) foi preso pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira (21). Os agentes ainda tentam cumprir um mandado contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Desde quarta-feira (20), a Polícia Federal (PF) tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem sucesso. Michel Temer responde a dez inquéritos, cinco no Supremo Tribunal Federal (STF), cinco abertos na época em que ele era presidente. Os outros cinco foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não possuía mais foro privilegiado. Entre outras investigações, Temer é um dos alvos da Lava Jato do Rio.
Em setembro, no relatório final do inquérito sobre repasses de R$ 10 milhões da Odebrecht para integrantes do MDB, a Polícia Federal concluiu pela existência de indícios de que o presidente Michel Temer cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e também indica a prática dos mesmos crimes pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia). Outro citado é candidato ao governo de São Paulo pelo MDB, Paulo Skaf. No caso dele, a PF aponta indício de prática de caixa 2.
O caso está relacionado com o jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, e que foi detalhado nos acordos de delação de executivos da Odebrecht. Então vice-presidente, Temer teria participado do encontro em que os valores foram solicitados. No caso do presidente, a PF mapeou a entrega de R$ 1,4 milhão para João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do emedebista.
Temer (PMDB) foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele chegou ao poder no dia 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Temer cumpriu o restante do mandato, até 31 de dezembro de 2018. Eleito vice-presidente duas vezes consecutivas (na chapa de Dilma), Temer chegou a ser o coordenador político da presidente, mas os dois se distanciaram logo no começo do segundo mandato.